Obra de Castelo gera polêmica por ter empresa de Algodões I
A escolha está gerando polêmica. A obra será comandada pelo Idepi, que garante a segurança do projeto.
A organização
não-governamental Olho Aberto levantou dúvidas em relação ao projeto da
barragem de Castelo, que terá sua obra licitada no final desta semana. O
motivo é que a empresa que elaborou a proposta é a mesma da barragem de
Algodões I, rompida em 2008. Em resposta, o Governo do Estado garante
que o novo reservatório será feito com toda a segurança.
O
contrato para elaboração do projeto executivo da barragem de Castelo
foi assinado em dezembro de 2003 pela Secretaria da Infraestrutura do
Piauí e a CEC Engenharia e Consultoria, representada pelo engenheiro
Luiz Hernani de Carvalho. O valor do contrato foi de R$ 1.167.237,14.
O
mesmo engenheiro esteve em Algodões I dias antes do rompimento,
atestando que não haveria tal risco, mas alertando que famílias ainda
não poderiam voltar para a margem do rio Pirangi. Após o episódio, no
qual nove pessoas morreram, ele divulgou nota reafirmando que o projeto
era seguro, mas frisou não ter participado da fiscalização da construção
das obras.
A
barragem de Castelo ficará entre Castelo do Piauí e Juazeiro do Piauí,
Norte do Estado. Serão investidos R$ 320 milhões para represar 2,6
bilhões de metros cúbidos das águas do rio Poti, prevenindo enchentes em
oito cidades, inclusive na capital Teresina. O edital será lançado na
próxima sexta-feira (10).
A
obra será comandada pelo Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi),
que garante a segurança do projeto. O diretor-presidente do órgão,
Elizeu Aguiar, afirma que a proposta passou por uma revisão e teve de
ser submetida ao Ministério da Integração para ter os recursos
liberados.
"O
Idepi fez todo um trabalho de revisão e faz todo o acompanhamento das
normas técnicas ao longo da barragem. Nós vamos lançar essa licitação
com toda a segurança", afirmou Elizeu Aguiar, ressaltando que uma
empresa de consultoria será contratada para acompanhar a execução de
toda a obra.
Outro
ponto lembrado por Elizeu Aguiar é que o projeto elaborado para
Algodões I não foi motivo de questionamento após a tragédia. Além disso,
ao invés de terra, a Barragem do Castelo será feita de concreto
compactado a rolo, material de maior resistência.
Danilo
Maracaba, presidente da ONG Olho Aberto, disse que a pretensão inicial
da entidade foi recorrer aos veículos de comunicação para fazer o
alerta. Caso o resultado não seja satisfatório, Ministério Público e
outros órgãos podem ser acionados.