Com Neymar "garçom", Santos esbarra no Fla de Edson Di: 2x2
Craque do time paulista deu passe para os gols santistas, mas Flamengo empatou com lances de bola parada.
Atualizada às 00h59
A
torcida foi em peso para ver Neymar, mas dividiu as atenções entre o
craque do Santos e Edson Di, atacante do Flamengo (PI). Enquanto o
jogador do time paulista foi o garçom dos seus colegas, o herói do time
piauiense foi decisivo na bola parada. Cheio, o estádio Albertão
presenciou um inesperado 2 a 2, para o mais otimista alvinegro ou
rubro-negro.
O resultado garantiu ao Flamengo o
direito de disputar a partida de volta, dia 17, em Santos (SP). Além
disso, o rubro-negro fica com a renda líquida da partida. Nada disso
aconteceria se o 2 a 0 do início da partida permanecesse ou até fosse
ampliado para os visitantes. Renda e público não foram divulgados.
Santos sai na frente
A
estratégia do técnico Josué Teixeira era alternar três marcadores para
Neymar. O lateral Niel era um deles. Mas aos 16 minutos de jogo, após
fazer falta no craque, o jogador do Flamengo já tomou cartão amarelo. Na
saída para o intervalo, a irritação era visível. "Ele me deu amarelo na
primeira falta! O cara (Neymar) não pode cair! Assim fica difícil".
A
estratégia parecia boa até para os contra-ataques. Niel marcava Neymar,
que não voltava para a zaga e o lateral surgia como opção para ataques
pela direita. Porém, com o cartão, o rodízio começou mais cedo. E no
ritmo das faltas, Laércio e Rafinha também foram premiados com o cartão
ainda no primeiro tempo.
A
irritação com os cartões aplicados pelo árbitro potiguar Pablo Ramon
Gonçalves pode ter desconcentrado a defesa rubro-negra. Mas isso não
representou tanto na rápida abertura do placar, comandada pelo "garçom"
Neymar. Aos 26 minutos, ele deu grande passe de calcanhar para o jovem
Giva tocar para o gol vazio. Aos 30, o mesmo Neymar levantou para
Montillo marcar de cabeça: 2 a 0.
A
classificação antecipada para a segunda fase da Copa do Brasil, por
enquanto, estava garantida. Mas não durou dois minutos. Lúcio Bala,
ex-Santos, sofreu pênalti do goleiro Rafael, último homem que deveria
ser expulso, mas levou apenas cartão amarelo. Em compensação, Edson Di
cobrou no alto e quase não deixa o rival aparecer na foto: 2 a 1.
Raoni Barbosa
Flamengo reage
No
intervalo, Edson Di admitiu a dificuldade da partida. "Eles são bem
superiores, mas a gente vai fazer o nosso melhor". O Cidadeverde.com
perguntou se era possível empatar e o atacante não prometeu com muita
ênfase. "Vamos jogar para isso".
Talvez nem
Edson Di esperasse o que estava por vir. Aos 9 minutos do segundo tempo,
o artilheiro sofreu falta na entrada da área. Ele mesmo cobrou no canto
do goleiro Rafael, no lance que foi até mais belo que as poucas firulas
de Neymar até então: 2 a 2.
Foi
a vez do Santos amarelar, nos cartões. Primeiro, Edu Dracena. Depois,
Galhardo, que acabara de receber um chapéu de Edson Di, levantando a
torcida piauiense.
Do outro lado, Neymar
reclamou de dores na perna e chegou a ser atendido pela equipe médica. O
ídolo foi decisivo para os gols do Santos, mas mais eficiente que
jogador exibição. Em pouco o estilo irreverente e desconcertante que o
tornou a estrela do futebol brasileiro e motivou a torcida a ir ao
estádio ver sua primeira partida no Piauí.
Neymar
até tentou fazer mais. Aos 31 minutos, matou a bola e tocou para
Cícero. No entanto, antes do colega marcar o gol, a arbitragem já
assinalava o toque do craque com o braço. Aos 42, foi a vez do próprio
Neymar, impedido, cabecear para a meta de Robson na falta cobrada por
Montillo.
Foi o momento de aperto do Flamengo.
Antes do segundo gol anulado, aos 40, Laércio sofreu os segundo cartão
amarelo e foi expulso. A decisão fez o árbitro sofrer ainda mais com os
xingamentos da torcida, que teve de ficar quieta com ele aos 48 minutos,
faltando um para o fim dos acréscimos. Na jogada na área do Flamengo, a
bola interceptada na mão de Wildinho deixou dúvidas de se um pênalti a
favor do Santos deveria ser marcado.